É cada vez mais comum ouvir frases como “o futebol já não é o que era”, mas a verdade é que não passa de um desabafo desprovido de conteúdo de quem não está, verdadeiramente, por dentro do momento actual deste fenómeno.
A formação neste desporto deu um grande salto qualitativo nos últimos anos. A realidade é que os clubes atingiram níveis de organização e exigência que roçam a excelência.
Já não existe um exclusivo dos clubes ditos grandes na qualidade da formação em Portugal. Clubes como Sp.Braga, Vitória SC, Rio Ave FC, FC Paços de Ferreira entre outros souberam acompanhar a evolução e saltaram para o comboio do futebol do futuro, hoje em dia ostentam máquinas bem oleadas a operar nos seus departamentos de formação. Quem quiser ter sucesso vai ter que conseguir fazer sair, das suas linhas de produção, atletas altamente qualificados.
Atenta e ciente da importância de regulamentar esta área cada vez mais vital, a Federação Portuguesa de Futebol lançou em 2015 o regulamento de Certificação de Entidades Formadoras. Esta certificação é obrigatória para todos os clubes que pretendam registar contratos de formação desportiva na Federação Portuguesa de Futebol.
O normal será pensar em clubes envolvidos nas competições profissionais, mas clubes como AD Estação, Trofense, União Micaelense e União de Leiria já deram este passo importante na preparação do seu futuro, apesar não estarem inseridos em competições profissionais. Estes clubes juntam-se a Maritimo, Nacional, Rio Ave, Sporting, FC Porto, Sp.Braga, Vitória SC (Guimarães), SL Benfica, Estoril, Belenenses, Boavista, Cova da Piedade, Desp.Aves, Feirense, Tondela, União da Madeira, Paços de Ferreira, Penafiel, Gil Vicente, Desp.Chaves, Moreirense, Sp.Covilhã, Vitória FC (Setúbal), Académica, Famalicão, Real Massamá e Varzim.
São 21 clubes certificados (dados de Setembro de 2017) e muitos mais estarão a caminho.
De que forma tudo isto implica na vida do Sporting Clube Paivense? O processo em causa eleva o nível de competição e exigência, provoca um efeito de “arrasto” também nos clubes de menor dimensão.
Na nossa região, são incontornáveis os exemplos de FC Cesarense, AD Sanjoanense e UD Oliveirense. Estes clubes apostam de forma série e consistente no incremento da qualidade da sua formação em todas as vertentes, encontram-se neste momento num patamar muito interessante e com resultados a merecer atenção e reflexão.
São clubes do distrito de Aveiro, muito próximos de nós e que competem directamente com o Sp. Paivense. O clube de Castelo de Paiva tem feito um esforço visível no sentido de subir o nível da sua formação. Mas a verdade é que neste momento vive como um elefante dentro de um elevador, tal como referido no titulo desta crónica. O que quero dizer com isto? Existe solução? Pode comprometer o futuro do clube? São questões a ser abordadas na 2ª parte desta crónica que poderão encontrar no Jornal Paivense na próxima semana. Até lá…
Saudações Desportivas
Vitor Moreira – Treinador UEFA A + Elite Youth
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