A campanha de limpeza do Rio Sardoura começa com uma CANDIDATURA a PROJECTOS
DE APOIO AOS CLUBES ROTÁRIOS, promovida pela Fundação rotária portuguesa (FRP),
após os incêndios de Outubro de 2017, definindo a FRP essa verba como FUNDO DE
CALAMIDADE DISTRITAL.
Fomos desafiados a fazer uma candidatura e eu, como representante do Rotary Clube de
Castelo de Paiva, junto da Fundação Rotary Portuguesa tive de pensar num projecto. Escolhi a limpeza do Rio Sardoura, um projecto diferente daqueles que se andavam a fazer pelo País. Propus então ao meu Clube, na altura presidido pelo Companheiro Carlos Novais e foi aprovado. Passo seguinte era preciso contactar a Câmara Municipal de Castelo de Paiva e as Juntas de Freguesia e convida-las para parceiros. Todos sem excepção agarraram este projecto
A Câmara apoia com 2.500 euros, correspondendo aos meios técnicos (máquinas), e as Juntas de Freguesia com a mão de obra. O protocolo entre todas estas instituições foi assinado no passado dia 25 de Outubro e a campanha no terreno começou no passado sabado (27) em São Martinho. A Camara tratou das autorizações junto da APA, Agencia Portuguesa do ambiente.
O Porquê do RIO SARDOURA ??
Como se sabe, o Concelho de Castelo de Paiva tem cerca de 109 km2 e uma população
próxima dos 17 mil habitantes. No passado mês de Outubro de 2017, ardeu uma parte
significativa do seu território, atingindo mais de 70% da sua mancha florestal.
Um dos recursos naturais que Castelo de Paiva são os seus recursos hídricos, nem sempre de fácil acesso e muitos deles carregados de árvores e folhagem, uma vez que Portugal abdicou no período pós 25 de Abril de 1974 da sua limpeza, levando à extinção dos guarda – rios. Assim desde essa altura a limpeza dos rios não se faz, o que levou ao aparecimento de espécies arbóreas que alteraram parcialmente algumas dessas áreas e foram focos de passagem de uma margem para a outra, fazendo autênticas “pontes”, para a passagem do fogo.
Em relação aos recursos hídricos em Castelo de Paiva falamos dos Rios Arda, Sardoura, Paiva e Douro, sendo que os três primeiros são afluentes do Douro e o no caso do Rio Sardoura este tem a quase totalidade do seu percurso no concelho de Castelo de Paiva, passando por 4 das suas seis freguesias, possuindo ainda um ribeiro com caudal idêntico que atravessa quase toda a freguesia de Sardoura.
O Rio Sardoura nasce na freguesia de Santa Eulália (Arouca), concelho de Arouca, local onde inicia o seu percurso de 18 km até desaguar no rio Douro, na freguesia de Santa Maria de Sardoura, passando ainda nas freguesias de Real, de Sobrado e de São Martinho todas elas no concelho de Castelo de Paiva e todas elas abrangidas pelo incêndio de Outubro de 2018. Inclusivamente o Rio Sardoura, é dos cursos de água que constitui a bacia hidrográfica do rio Douro.
Com esta candidatura pretendeu-se arranjar voluntários e financiamento para a limpeza dos principais troços deste Rio Sardoura, nas citadas freguesias e nos locais em que eles têm mais densidade arbórea, evitando focus de propagação de futuros incêndios nas suas margens, permitindo que assim ele possa contribuir em muitas zonas para o desenvolvimento económico do concelho, criando com esta iniciativa novos hábitos, de preservação dos nossos rios.
Paulo Teixeira
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