Vida em câmara lenta
numa rua sem corações ardentes,
sem uma oração suculenta
rezada para olhares diferentes.
Amor em cada solidão,
paixão em cada olhar;
roleta russa em divagação
perpétua do azul do mar.
E a vida anda
no soprar do vento,
o coração manda
naquele desalento.
E o homem cala o sentimento.
E o mar corre
naquele areal
e o amor morre
naquele arraial.
E a mulher chora aquele momento,
e o homem chora com ela o desalento.
O jovem pacato
naquele piano
toca em staccato
o amor insano.
E naquela nota solta a paixão.
E naquela oitava,
naquele cantar,
eis que faltava
aquele belo olhar.
E ele canta aquela sensação
e ela ouve aquela canção….
de mão em mão.
Bruno Teixeira
Projeto: Sarcasmos Irónicos
Página: https://sarcasmosironicos.wordpress.com/
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