Os atrasos na atribuição de pensões por parte da Segurança Social continuam, apesar do reforço de pessoal anunciado pelo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social em Maio passado. Há quem esteja “meio ano ou mais” à espera entre o pedido da reforma e a sua atribuição, e sem receber qualquer dinheiro entretanto.
António Soares, de 66 anos, é um destes casos de atraso na atribuição da pensão de reforma, relata o Diário de Notícias.
Este homem pediu a reforma em Fevereiro deste ano, “dois meses antes de terminar o subsídio de desemprego”, refere o jornal.
“Em Abril acabou [o subsídio de desemprego] e ainda me cortaram cem euros por ser o último mês. A partir daí não recebi mais nada. Já passou Maio, Abril, Junho, Julho e vamos para Agosto”, lamenta António Soares no DN. “É meio complicado porque só tenho o fundo de desemprego da minha mulher”, desabafa.
António Soares também conta que na Segurança Social lhe disseram que “isto está muito atrasado” e que os processos podem “ir até meio ano ou mais” de demora. Ele também conta que tem um amigo que “está há oito meses à espera da reforma e não está a receber nada”.
Vieira da Silva promete solução para breve
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, garante que vai apresentar em breve medidas para resolver os atrasos na atribuição das pensões.
Em Abril passado, o ministro já tinha assumido o tempo “excessivo” nestes processos, culpando então a redução dos quadros de pessoal do Centro Nacional de Pensões (CNP) pelas demoras.
No mês seguinte, o ministro anunciou a contratação de 200 trabalhadores, mas o processo ainda está a decorrer através de concursos internos e externos, bem como da integração de precários.
Agora, Vieira da Silva refere que não tem conhecimento de que a situação se tenha agravado, mas garante que nos próximos dias, vai ser apresentado um pacote de medidas para resolver o problema.
A Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI) tem alertado para a necessidade de se tomarem “medidas com urgência” para garantir que os cidadãos recebem as prestações da Segurança Social “com celeridade”.
A organização refere que tem recebido “inúmeras reclamações” sobre atrasos significativos em diversas prestações, como pensões de velhice, sobrevivência e reembolso de despesas de funeral.
Fonte: ZAP