A Europol e a Autoridade Europeia do Trabalho identificaram 874 vítimas de exploração laboral sinalizadas em 16 países europeus, anunciou hoje o SEF que participou na operação.
A ação de fiscalização liderada pela França contou com a participação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que, em colaboração com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), encontrou indícios de práticas de tráfico de seres humanos para exploração laboral na agrícola, um dos setores “mais vulneráveis” à prática deste tipo de crime, o de exploração laboral.
Só em França, onde Inspetores da Bulgária e de Portugal se juntaram às autoridades francesas para inspecionar diferentes locais – 19 ações de fiscalização no total -, incluindo vinhas e quintas, , foram identificados “247 cidadãos estrangeiros, quatro deles referenciados como suspeitos da prática do crime de tráfico de pessoas”, indica o SEF que resume a ação no seguinte:
“A ação resultou em:
– 17 detenções
– 42 suspeitos de tráfico de pessoas
– 874 vítimas de exploração laboral (incluindo 231 identificados como possíveis vítimas de tráfico de seres humanos)
– 4.291 locais verificados
– 1.087 veículos verificados
– 37.017 pessoas verificadas
– 36 novas investigações iniciadas
– 192 suspeitas de violação registradas por fiscais do trabalho
– 6.000 elementos das autoridades policiais europeias”.
Segundo as autoridades migratórias portuguesas, o setor agrícola é um dos mais vulneráveis à prática do crime de exploração laboral devido ao trabalho não declarado ou subcontratado e à mão de obra pouco qualificada”.
E explica, “por regra”, como operam as redes criminosas: estas “recrutam as vítimas nos seus países de origem, sendo depois levadas para outros países” onde as mesmas “são, então, coagidas a trabalhar longas horas, com baixos salários e, muitas vezes, sem nenhuma contrapartida financeira”.
Para o SEF, “a luta contra o tráfico de seres humanos para exploração laboral exige um esforço consolidado, transfronteiriço e multidisciplinar por parte das diferentes autoridades”.
A Europol e a Autoridade Europeia do Trabalho apoiaram essa segunda ação coordendo o trabalho em 16 países europeus contra o tráfico de seres humanos para exploração laboral no setor agrícola, que se realizou entre os dias 14 e 21 de setembro.
A Europol coordenou esta ação e facilitou o intercâmbio de informações entre os países participantes. Prestou apoio analítico e operacional 24 horas por dia, sete dias por semana e facilitou o intercâmbio de comunicações em tempo real entre os países participantes: Bélgica, Bulgária, Chipre, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Holanda, Portugal, Romênia, Espanha, Suécia, Reino Unido, Ucrânia. (MM)