Mulher de desaperto acabado
Beijaste o escuro da noite
E sem preconceito aceitaste que a virtude morresse no coito
Mulher os teu olhos cansados
Já não tem mais lágrimas
Foram perdidas no passado duro quando saciavas as camas
Agora,
O pecado não te deixa dormir
O tempo não voltará a sorrir
Tens de viver com a vida que te fez sofrer
Agora,
O sono não tem madrugada
O desejo não te faz sentir nada
Só queres esquecer a vida que te fez perder
Vives na nudez do teu espirito
Escondida da luz és um vampiro
És mulher que foge da mão do dono
O teu débil coração secou
A memória não se apagou
És mulher que delira a cada sonho
És um ser entorpecido nas garras do teu corpo
Deixaste de em ti pensar, sentes o infiel suborno
Olhas o passado que não se apaga pelo pecado
A vergonha em ti não existia
A vaidade por ti foi vendida
Só achavas o presente, o futuro estava ausente
A tristeza em ti não pesava
A imaturidade por ti foi achada
Só na mente aceitavas o prazer de alguém carente
Agora vives a nudez do teu espirito
Agora és um amedrontado vampiro
Agora o teu coração foi adormecido
Paulo Semide – Poeta
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