Portugal foi o segundo país que mais viu descer o seu nível de competitividade económica face ao ano passado, caindo seis lugares da 33ª para a 39ª posição. Com uma queda maior só o Chile, que caiu sete lugares, para a 42ª posição.
Esta é uma das conclusões do IMD World Competitiveness Ranking, um estudo económico realizado desde 1989, que inclui 235 indicadores de cada uma das 63 economias em análise, noticiou o Expresso na terça-feira.
O estudo leva em conta estatísticas de desemprego, despesas com saúde e educação, coesão social, globalização e corrupção, integradas em quatro categorias: ‘performance’ económica, infraestruturas, eficiência governamental e eficiência empresarial.
Embora a economia nacional tenha melhorado em indicadores como o excedente orçamental / défice, taxa de desemprego, exportação de bens e de serviços comerciais e PIB per capita, noutras áreas ainda tem um longo caminho a fazer. Corrupção, impostos e economia paralela são algumas variáveis menos positivas, contribuindo assim para a descida no ‘ranking’.
A mão de obra qualificada (77,8%), a competitividade em termos de custos (76,4%), a fiabilidade das infraestruturas (68,1%), a mentalidade aberta e atitudes positivas (54,2%) e a estabilidade e previsibilidade da política (43,1%) são os fatores que mais contribuem para a atratividade da economia portuguesa.
Relativamente ao balanço económico, as receitas do turismo, as leis de imigração, os incentivos ao investimento, a criação de novas empresas, a mão de obra qualificada e as energias renováveis registaram uma variação positiva.
Mas os preços dos combustíveis, o desemprego de longa duração, os impostos, o financiamento das pensões, entre outros, são apontados como algumas das fraquezas da economia, lê-se no artigo do Expresso.
Aposta no digital e na educação
Os principais desafios de Portugal passam, este ano, pela continuidade na redução do défice “para alcançar um excedente permanente e reduzir a dívida pública” e garantir “um crescimento económico estável mas mais acentuado”.
Outros estão relacionados com o reforço de uma estratégia nacional para a transformação digital, o acordo dos principais partidos políticos em relação a uma política de educação nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e, ainda, por reduzir a burocracia e melhorar a eficiência do sistema judicial.
“Num ano de grande incerteza nos mercados mundiais devido às alterações que se verificaram no panorama político internacional e nas relações comerciais, a qualidade das instituições parece ser o elemento unificador para aumentar a prosperidade”, realça o professor do IMD e diretor do Centro de Competitividade Mundial da instituição, Arturo Bris. “Um marco institucional sólido proporciona a estabilidade necessária para que as empresas invistam e inovem, garantindo uma maior qualidade de vida aos cidadãos”.
Singapura no topo, Venezuela no fundo
No primeiro lugar do ‘ranking’ está Singapura, considerada assim a economia mais competitiva a nível mundial. A esta seguem-se Hong Kong e os Estados Unidos.
No fundo da tabela está a Venezuela, a braços com uma forte crise social, política e económica, na qual a elevada inflação e a dificuldade de acesso ao crédito contribuem para este desempenho.
Mas as economias que registaram uma maior subida face a 2018 foram a Arábia Saudita e a Tailândia, com mais 13 e 11 posições, respetivamente. Países como as Filipinas (46º), a Colômbia (52º) e a Ucrânia (54º) registaram igualmente subidas consideráveis.
Também França, Itália e Reino Unido (este último marcado pelas incertezas associadas ao Brexit) seguiram a tendência de descida. Já Espanha manteve-se no 36ª lugar.
TP, ZAP //
Fonte: ZAP