Alguns setores da sociedade civil e grupos nas redes sociais têm questionado a qualidade do álcool em gel à venda em Portugal, já que nenhum organismo do Estado está a testar em laboratório a qualidade do produto. Esta função caberia em princípio à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), mas o seu laboratório está a cuidar de outras análises.
Para além da ASAE, outras entidades oficiais têm a incumbência de fiscaliar diversos aspetos relacionados ao álcool em gel, contudo não se inclui entre os mesmos averiguar se a composição do produto obedece aos mínimos exigidos para proteger os consumidores contra o novo coronavírus.
Operação Pangea
Uma operação desencadeada pela Interpol no início de Março passado e denominada Pangea detetou em 90 países 34 mil artigos e produtos médicos ilegais destinados à protecção contra a pandemia, incluindo gel desinfectante das mãos.
O que diz a ASAE?
Em entrevista colectiva, a resposta do inspector-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, quando questionado sobre se não considera grave que não esteja a ser testado um produto destinado a proteger dos consumidores foi que “pode não haver sequer um laboratório público certificado para o efeito”. Contudo, segundo o mesmo, grande parte deste tipo de consumíveis, como as máscaras, têm certificação CE.
Eficácia contra o coronavírus depende da graduação
Segundo a Deco Proteste, os antissépticos em gel apenas são eficazes se o conteúdo em álcool for superior a 60%. A Organização Mundial de Saúde aconselha até 80%. Produto não está a ser testado porque não há indícios, na documentação que apresentam, de falsificação ou adulteração.