NASA
Há mais de 2.000 satélites ativos a orbitar a Terra. No fim da sua vida útil, muitos queimam ao entrar na atmosfera terrestre. Porém, alguns continuam a circular no Espaço como satélites “zombies” – não estão vivos, mas também não estão completamente mortos.
Scott Tilley, um operador de rádio amador que mora no Canadá, tem uma paixão por caçar estes satélites perdidos. Em 2018, encontrou um sinal de uma sonda da NASA chamada IMAGE que a agência espacial tinha perdido de vista em 2005. Com a ajuda de Tilley, a NASA conseguiu restabelecer o contacto com o objeto.
Tilley já encontrou satélites ainda mais antigos do que a IMAGE. “O mais antigo que eu já vi foi o Transit 5B-5. E foi lançado em 1965″, disse, em declarações ao NPR, referindo-se a um satélite de navegação da Marinha dos Estados Unidos movido a energia nuclear que ainda circula a Terra numa órbita polar há muito esquecida.
Recentemente, Tilley interessou-se por um satélite de comunicações que achava que ainda poderia estar vivo – ou pelo menos entre os mortos-vivos. O LES-5, construído pelo Laboratório Lincoln do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, foi lançado em 1967.
Tilley inspirou-se noutro amador que, em 2016, encontrou o LES-1, um satélite anterior construído pelo mesmo laboratório. O que era intrigante sobre o LES-5 era que, se ainda estivesse a funcionar, poderia ser o satélite mais antigo em funcionamento em órbita geoestacionária.
Na Internet, Tilley encontrou um documento que descrevia a frequência de rádio em que o LES-5, um satélite militar de comunicações de frequência ultra-alta experimental, deveria estar a operar se ainda estivesse vivo.
Com a chegada da pandemia de covid-19 à Colúmbia Britânica, onde Tilley vive, o amador ficou confinado a sua casa – altura em que decidiu pôr mãos à obra. Em 24 de março, encontrou o LES-5. Desde então, tem feito medições adicionais.
“A razão pela qual este [satélite] é intrigante é que o seu farol de telemetria ainda está em operação”, disse Tilley, ao NPR.
Assim, embora o satélite devesse ter-se desligado em 1972, ainda está a funcionar. Enquanto os painéis solares estiverem ao Sol, o rádio do satélite vai continuar a operar. Tilley acha mesmo que pode até ser possível enviar comandos para o satélite.
Parece que até um satélite zombie com 50 anos ainda pode ter segredos por desvendar.