O novo espaço museológico de Amarante vai surgir a partir da recuperação das ruínas do Solar dos Magalhães, de acordo com um projeto do arquiteto Siza Vieira, avançou hoje à Lusa o presidente da câmara.
José Luís Gaspar explicou que o convite a Siza Vieira pretendeu potenciar o trabalho que o arquiteto tinha realizado, há cerca de duas décadas, quando se pensou o Solar dos Magalhães como a futura sede da Fundação Afonso Henriques, o que acabou por não se concretizar.
À agência Lusa, o autarca de Amarante destacou, por outro lado, o empenho do arquiteto portuense e a forma como tão bem interpretou o que se pretende para o espaço, a partir das ruínas de um solar do século XVIII, imóvel que foi incendiado aquando das segundas Invasões Francesas, em 1809, um dos momentos mais marcantes da história do concelho.
“Vai ser um espaço muito bonito que as pessoas vão querer visitar”, comentou, prevendo que o interesse será potenciado por o projeto ser assinado por Siza Vieira.
Segundo o chefe do executivo, outros arquitetos estão a trabalhar em projetos importantes para Amarante, nomeadamente Souto Moura, convidado para a remodelação do mercado municipal e da Alameda Teixeira de Pascoaes, atualmente em fase de estudo prévio, e Sidónio Pardal, o autor da intervenção paisagística que vai arrancar em breve nas margens do rio Tâmega, numa extensão de 18 quilómetros.
O projeto pensado para as ruínas do Solar dos Magalhães, indicou José Luís Gaspar, foi concebido para instalar a Casa da Memória, um equipamento que terá mais de mil metros quadrados de exposição, que funcionará como museu municipal e que refletirá a história e a evolução do concelho.
As invasões francesas, a vida de São Gonçalo em Amarante, os mosteiros da antiga vila e personalidades da cultura naturais do concelho, como Teixeira de Pascoaes e Amadeo de Souza-Cardoso, entre outros, ocuparão um lugar de destaque no futuro museu.
A intervenção prevê também a recuperação da área envolvente às atuais ruínas, no contexto da regeneração urbana, apontando-se um investimento de cerca de três milhões de euros, comparticipado por fundos europeus dos “Planos de Ação de Regeneração Urbana” (PARU).
O Solar dos Magalhães é um dos principais pontos turísticos da cidade e também símbolo da resistência contra os invasores franceses.
Gaspar assinalou que já foram iniciados os trabalhos de arqueologia nas ruínas, fase fundamental para ser concluído o projeto ao nível das especialidades.
O autarca diz estarem reunidas as condições para o concurso público da empreitada ser lançado ainda em 2018 e para a obra estar concluída no atual mandato autárquico.