O presidente da Câmara de Felgueiras, Nuno Fonseca (PS), disse hoje à Lusa defender a manutenção da escola profissional na esfera do município, mas alertou para a necessidade um novo modelo de “gestão sustentável”.
“A escola profissional foi, é e será sempre uma aposta minha, do executivo. Outra coisa é a ponderação em termos de viabilidade económica”, afirmou.
A questão já tinha sido tratada na assembleia municipal que se reuniu na quarta-feira, na qual o presidente da câmara respondeu a questões feitas por deputados do PS e do PSD sobre o futuro da escola.
As dúvidas ocorrem no momento em que a câmara, detentora da maioria do capital, através de contrato-programa, foi obrigada a transferir cerca de 250 mil euros para garantir o funcionamento do estabelecimento.
Sobre o assunto, Nuno Fonseca afirmou hoje à Lusa que “a escola é para continuar”, mas insistiu haver “muitas questões que se colocam”.
O problema maior para a Escola Profissional de Felgueiras (EPF) prende-se com o facto de, por ser propriedade da câmara, a partir deste ano letivo a escola foi obrigada a suportar 15% dos custos por cada aluno, o que não acontecia anteriormente, porque o Estado suportava 100% dos encargos.
Fonte autárquica explicou recentemente à Lusa que se a escola fosse detida maioritariamente por privados a questão dos 15% já não se colocava, ficando o Estado com 100% dos encargos da formação.
O município de Felgueiras fez as contas e concluiu que a comparticipação de 15% que a escola tem de assumir representa, neste ano letivo, uma despesa adicional de mais de 200 mil euros, montante que o estabelecimento não tem condições para suportar, o que deverá voltar a acontecer nos próximos anos.
Acresce que o estabelecimento foi recentemente obrigado a adquirir estruturas prefabricadas para lá ministrar parte das suas atividades letivas, o que representou um custo superior a 300 mil euros. A EPF teve de abandonar parcialmente as instalações onde trabalhava há décadas, propriedade da autarquia, para permitir a ampliação do quartel dos bombeiros de Felgueiras, até há pouco contíguo ao estabelecimento de ensino.
“Estamos a procurar uma solução definitiva. Aqueles contentores não vão resolver o problema da escola profissional em termos de instalações”, indicou o presidente.
O líder da bancada do PS na Assembleia Municipal de Felgueiras, Marco Silva, alertara na reunião para a necessidade de ser repensada “uma posição estratégica e financeira da EPF, revendo o seu peso no município”.
“É demasiado sério para andarmos com jogos políticos. Temos de encontrar uma solução exequível para a continuidade do ensino profissional de forma duradoura”, destacou.
Por seu turno, o líder da bancada do PSD, Leonel Costa, afirmou que os social-democratas de Felgueiras, que votaram favoravelmente o contrato-programa, “apoiarão todas as medidas para benefício desta escola”, destacando, os méritos formativos passados e presentes daquele estabelecimento de ensino profissional.