A fraqueza contínua dos mercados globais de petróleo parece estar a alimentar tensões dentro da OPEP+.
A Rússia e a Arábia Saudita estão a sofrer economicamente as consequências da desvalorização do petróleo. De acordo com o Oilprice, perante um cenário em que a perspetiva de recuperação mundial é pouco provável, existe a possibilidade de ser desencadeada uma nova guerra de preços do petróleo.
A debilidade dos mercados de petróleo também parece estar a fomentar tensões dentro da OPEP+ – a aliança entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros países com grande produção de petróleo. Por sua vez, este “mau ambiente” dentro da organização poderia desencadear uma divisão dentro da sua liderança.
A pandemia de covid-19 manteve as diferenças internas à distância e aumentou o volume de petróleo armazenado. Apesar do otimismo provocado pelos prognósticos de valorização em 2021, a verdade é que a realidade dos mercados de petróleo é pouco promissora.
Ainda assim, a ameaça de novas restrições na Europa parece não preocupar a OPEP+, que vê oportunidades nas “válvulas de petróleo da Arábia Saudita, Rússia e outros países-membros a serem reabertas”. A verdade é que os níveis de armazenamento de petróleo cru permanecem altos, razão pela qual os corretores internacionais questionam a iniciativa atual da OPEP+ de aumentar a oferta.
Em janeiro de 2021, os cortes de aproximadamente dez milhões de barris por dia vão cair para seis milhões. Conforme declarado em maio por vários especialistas , nem mesmo os cortes serão suficientes – aliás, só vão prolongar as atuais fracas condições do mercado.
O Oilprice destaca que este é um momento alarmante, já que qualquer ação por parte da Arábia Saudita ou da Rússia pode acabar por prejudicar as economias de ambos os países, já que o marcado se encontra demasiado fraco para reagir.
Os preços estão muito baixos para sustentar a estratégia governamental de ambos os países. À medida que aumentam as suas crises internas, Moscovo e Riad podem seguir caminhos diferentes: “um enfoque mais agressivo por parte de Riad em direção à sua proporção do mercado e preços não é de todo impensável”, sugere o portal.
Se a cooperação não gerar os frutos necessários, a opção de uma nova guerra de preços do petróleo não é um cenário que possa ser descartado.
Fonte: ZAP