O Benfica sofreu hoje para vencer o Desportivo das Aves por 2-0, em jogo da 26ª jornada, mas conseguiu manter a pressão sobre o líder FC Porto na corrida pelo título da I Liga de futebol.
Perante 50.050 espectadores no Estádio da Luz, os ‘encarnados’ estiveram longe do rendimento dos últimos jogos e deixaram a decisão da partida para os últimos 20 minutos. Os golos foram o espelho de uma vitória mais suada do que inspirada sobre os avenses, ao nascerem ambos de recargas, com Jonas (71) e Rúben Dias (75) a fazerem a diferença.
Depois de uma primeira parte incisiva sobre o Marítimo na ronda anterior, refletida em quatro golos em 45 minutos, a entrada de hoje dos tetracampeões foi tudo menos isso: pouca intensidade, lentidão a pensar e executar e escassa capacidade para criar desequilíbrios, numa postura onde a ausência de Pizzi não explica tudo.
Do outro lado, José Mota montou um ‘colete de forças’ bem apertado ao ataque ‘encarnado’, sem deixar grandes espaços e capaz de assegurar alguma tranquilidade ao guardião Adriano. Todavia, a aparente solidez na retaguarda acabava também por tornar a equipa quase inoperante no ataque, com exceção a alguns contra-ataques.
Rafa foi o grande acelerador do jogo ‘encarnado’ e o responsável pelos únicos momentos de perigo no primeiro tempo, com a fraca pontaria e a oposição do guardião avense a evitarem o golo. O domínio ‘encarnado’ era amplo e incontestável, como demonstram os 70 por cento de posse de bola. Porém, era igualmente incipiente e, assim, o nulo resistiu até ao intervalo.
O intervalo terá servido a Rui Vitória para despertar a equipa da letargia e o Benfica regressou do balneário muito mais determinado a chegar ao golo, algo que Zivkovic e Rafa podiam ter conseguido logo a abrir o segundo tempo. Isto quando o Aves já se posicionava mais subido no terreno, na esperança de pressionar mais alto e conseguir criar perigo.
Com o nervosismo da ineficácia a crescer nas bancadas, o treinador do Benfica foi lesto a mexer e lançou Raúl Jiménez para o lugar de João Carvalho, novamente opção sem brilho no ‘onze’. O mexicano veio, como é habitual, agitar o ataque e a presença acabou por ser útil para desbloquear o jogo.
Com efeito, a entrada nos últimos 20 minutos foi o verdadeiro ‘despertador’. Mas, para tal, foi preciso ir às recargas e em quatro minutos o jogo ficou decidido. Aos 71 minutos, foi a vez de Jonas encostar para o 31.º golo na Liga, numa recarga a um remate forte de Fejsa; já aos 75, foi Rúben Dias a transformar em golo um primeiro ‘disparo’ de Raúl Jiménez.
Com a vantagem de dois golos a tranquilizar a equipa e as bancadas, o Benfica soube então gerir o tempo e os acontecimentos, sem nunca ter uma verdadeira ameaça dos avenses. O triunfo permitiu ao tetracampeão somar a sexta vitória seguida – melhor série da época – e reduzir provisoriamente para dois pontos a diferença em relação ao líder FC Porto, que joga este domingo em Paços de Ferreira.