Após as eleições autárquicas foram várias as interpretações dos resultados, várias perspetivas, várias interpretações, um único objetivo: sobrevivência política!
O Partido Socialista, inequívoco vencedor concelhio e nacional, assumiu a grande vitória concelhia, apesar do número total de votos ser inferior face à eleição anterior, ainda assim, há outros dados a reter:
- Para a Câmara Municipal, Gonçalo Rocha volta a vencer em todas as mesas de voto, Por outro lado, José Rocha em coligação partidária PSD/CDS-PP, obtém menos votos em 2017, que Norberto Moreira sozinho em 2013;
- Relativamente à Assembleia Municipal, Almiro Moreira, vence apenas na sua freguesia, por outro lado, Gouveia Coelho além de vencer nas restantes freguesias, reforça votos na freguesia de Santa Maria de Sardoura;
- Para as Assembleias de Freguesia, apesar de se manter o empate no número de lideranças entre as principais forças partidárias, há alterações e pontos de interesse estatístico. Santa Maria de Sardoura é reconquistado pelo PS, liderado por Ricardo Cardoso, 20 anos depois, revelando um total desgaste partidário dos seus representantes locais. São Martinho de Sardoura, voltou a apostar no símbolo partidário em detrimento do excelente trabalho que Agostinho Monteiro liderou no mandato anterior.
Com alternativas pouco consistentes, registaram-se grandes vitórias em Real e no grande Couto Mineiro do Pejão. A vitória da equipa de Vitor Quintas Pinho é expressiva na sua freguesia, assim como a vitória da equipa de Joaquim Martins, arrebatando um expressivo número de votos.
Em Fornos, apesar da liderança de Filipe Costa estar claramente a perder terreno, ainda assim não foi suficiente para o Partido Socialista reconquistar a freguesia. Na união de freguesias de Sobrado-Bairros, a equipa de António Costa acrescentou votos, mas tornaram-se insuficientes para assegurar a vitória;
- Passado o período eleitoral com os respetivos rescaldos internos, as duas principais forças partidárias foram a votos num julgamento do trabalho do seu líder face aos resultados autárquicos e preparar o futuro do respetivo partido. Deparamo-nos que, apesar de uma das maiores derrotas do PSD, se não mesmo a maior derrota da sua história autárquica paivense, os seus militantes apostaram na continuidade do seu líder, José Rocha. Por outro lado, o Partido Socialista com mais uma expressiva vitória, vê-se obrigado a mudar de liderança e, por impedimento estatutário, José Manuel Carvalho abandona a presidência da comissão Política do PS.
- Neste período de quatro anos até novo combate eleitoral, as lideranças partidárias concelhias serão novamente julgadas uma vez mais, dentro de dois anos. Até lá veremos Gonçalo Rocha a retomar a liderança do PS e José Rocha na liderança do PSD.
Curioso será durante este período ver Gonçalo Rocha, o responsável pelo renascimento do Partido Socialista concelhio após o período difícil influenciado pela morte do Prof. Joaquim Quintas, de um lado, e José Rocha, o responsável de uma das maiores derrotas de sempre do Partido Social Democrata, do outro.
Face a tudo isto, fará sentido aplicar-se a expressão “equipa que ganha não se muda”?
Manuel Mendes
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