Desde sua chegada ao Milan, Emerson Royal enfrentou algumas cobranças naturais no processo de adaptação a um novo clube e esquema tático, mas demonstrou evolução constante a cada jogo. Nesta segunda-feira (6), ele brilhou na conquista da Supercopa da Itália, sendo uma das peças-chave na vitória do Milan sobre a Inter de Milão por 3 a 2 no clássico Derby della Madonnina. Ao final da partida, Emerson resumiu sua trajetória e o sentimento após o título com uma frase marcante: “Não é como começa, e sim como se termina.”
O início difícil de Emerson no Milan
O lateral brasileiro enfrentou algumas críticas naturais desde sua chegada ao Milan, em agosto de 2024, período em que ainda estava se adaptando ao estilo de jogo da equipe liderada pelo técnico Stefano Pioli, no comando desde outubro de 2019. Emerson teve que se adaptar rapidamente a um campeonato competitivo como o italiano e às exigências táticas de Pioli. Com perseverança e trabalho duro, ele foi evoluindo gradativamente, conquistando a confiança da torcida e da comissão técnica.
“Sabia que precisava mostrar meu valor, mas isso leva tempo. No futebol, nem sempre temos todo o tempo que gostaríamos, mas eu mantive o foco e trabalhei duro. Hoje, esse título prova que, com esforço, é possível superar qualquer desafio”, afirmou o jogador após a partida.
O olhar do pai e agente
Para Emerson Zulu, pai e agente do jogador, a conquista representa muito mais do que um troféu. É o símbolo de uma trajetória de esforço, aprendizado e superação. “Assistir ao filho conquistar um título, após acompanhar cada desafio e celebrar cada etapa da sua evolução, é uma emoção que não se traduz em palavras.” Zulu, que esteve ao lado de Emerson em todos os momentos de sua carreira, destacou o orgulho e a felicidade de ver o filho alcançar este marco.

Estatísticas de Emerson Royal
Na partida decisiva contra a Inter, os números de Emerson refletem sua importância na equipe:
- 25 passes para o último terço;
- 6 cortes;
- 4 recuperações, sendo 3 no meio-campo adversário;
- 100% de duelos ofensivos vencidos;
- 100% de dribles bem-sucedidos;
- 1 finalização;
- 87% de passes certos.
Esses dados reforçam seu papel como um dos jogadores mais consistentes do Milan. Para Fábio Gomes, analista estratégico e preparador mental que trabalha com Royal e outros grandes atletas, a evolução do lateral é evidente.
“Royal vem tendo um crescimento significativo e se tornou peça-chave na equipe do Milan. Ele tem muita determinação, vontade, é um verdadeiro motivador, e isso o alimenta para continuar crescendo,” destaca Fábio, que também foi preparador no Benfica, em Portugal, antes de se consolidar como especialista em análise e mentalidade esportiva.
O jogo: um duelo épico
A final foi digna de um clássico. A Inter começou dominando, abrindo o placar nos acréscimos do primeiro tempo com Lautaro Martínez e ampliando logo no início do segundo tempo com Mehdi Taremi. Parecia que a taça já tinha um destino.
Mas o Milan mostrou sua força. Theo Hernández iniciou a reação aos 52 minutos com um chute certeiro, e Christian Pulisic empatou aos 80 minutos. Quando o jogo parecia destinado à prorrogação, Tammy Abraham marcou aos 90+3, virando o placar e garantindo o troféu para os “rossoneri”.
O papel de Emerson Royal
Emerson Royal foi crucial para o equilíbrio defensivo e ofensivo do Milan durante a partida. Sua presença na lateral direita ajudou a conter as investidas da Inter e deu liberdade para o Milan atacar com eficiência. Foi uma exibição que coroou sua evolução desde o início da temporada.
“Esse título tem um gosto especial, porque veio com trabalho duro. É uma resposta a todas as críticas que recebi no começo. Não se trata de como você começa, mas de como você termina, e hoje terminamos como campeões”, enfatizou Emerson, visivelmente emocionado.
Sérgio Conceição e a magia do Milan
O técnico Sérgio Conceição foi outro destaque da noite. Suas mudanças táticas no segundo tempo deram ao Milan o controle necessário para virar o jogo. A liderança do português foi crucial para que a equipe mantivesse a calma mesmo em desvantagem, além de potencializar o talento de jogadores como Emerson e Rafael Leão, que desequilibraram a partida.
O título e o futuro
O Milan celebra não apenas a conquista de mais um título, mas também a afirmação de seu elenco e sua força coletiva. Para Emerson Royal, este troféu simboliza muito mais que uma vitória: é a confirmação de seu crescimento e superação em um cenário de extrema pressão.
Comemorando junto aos companheiros e torcedores, Emerson celebrou nas redes sociais, destacando a alegria de um título tão especial: “Campeões “. Ele agora mira o restante da temporada com confiança renovada, ciente de que superou uma das maiores batalhas de sua carreira.
E, como ele mesmo disse, “não é como começa, e sim como se termina.” Hoje, ele termina como campeão.